Oficina 01 – Observando o Rio Paraitinga
Ocorreu na EMEF Prof. Waldemar Rodrigues. Teve o objetivo de integrar o grupo Roda D´Água, conversar sobre as expectativas de cada um sobre o projeto, realizar combinados para o bem-estar de todos e para o bom andamento do trabalho. Foi realizada uma saída a campo para a observação do Rio Paraitinga no trecho urbano e um levantamento do que se viu, ouviu e sentiu ao priorizar o olhar para o rio e suas interações. Foi apresentada a Trimembração do ser humano (pensar, sentir e querer) e os Caminhos da Aprendizagem. Foi conversado como o caminho da instrução pode ser complementar ao caminho da descoberta e vice e versa.
“Depois da grande enchente de 2010, eu não tinha voltado o olhar para o rio Paraitinga com curiosidade e afetividade, já que ele causou tantas perdas e sofrimento para mim e para a comunidade. Hoje percebi uma série de elementos que já não prestava atenção ao passar por ali”.
Professora Ana Lúcia dos Santos
O Rio Paraitinga
Poesia de Paulo Vicente
Caminhamos com o rio
Congregados em silêncio
Quebrados por bom dias
Principalmente do cachorro que latia
Vi flores e frutos
Goiabeiras, limoeiros,
Boldo, amoreiras
Plantado só de um lado
Ausente na outra beira
Banco pra sentar
Curtir o rio, observar
Mas a intenção era
Mesmo para pescar
Vi mimos
Capim cidreira
Pitanga
Amora japonesa
E mais goiabeira
Vi bananeira
E o capim roçado
Pra pouca beira
Acho que tava preservado
Vi araçá
Pé de palma que brotou
Flor pra alma
Palmas pra quem plantou
Encontrei andando
Na beira do rio
Chicão do Colombano
Não era hora de proseá
Mas, não teve jeito
Ficamos proseano
Com 61 anos de idade
Planta árvore desde os 3 anos
Faz com prazer
Quer morrer plantando
Nasceu de um desejo de chupar jabuticaba
Hoje tem viveiro, berçário
Plantar, é um desejo que não se acaba
Tem no seu espaço
plantas da medicina
horta, farmácia popular
Até cereja preta da Argentina
Tem hortelã pimenta
Alho mira, tomilho, limão
Ora-pro-nóbis
De tudo um pouco, até falso chorão
Gabiroba da miúda, amarela
Ingá, jamelão africano
Uváia amarela,
O que dá, ele vai cultivando
Vi planta que recompõe o hidrogênio
Tudo isso na prosa como Chicão
Vi pescador de mandi guaçu
E muita reclamação
Do outro lado da margem
Tem maricareiro
Alta e resistente
Protegendo as margens o ano inteiro
Vi pessegueiro, banana prata
Jatobá que dá jataí
Morador que estima e ama o rio
Um detalhe que senti
Vi boldo na beirada
Com uma flor de lado
Era ela, a Beladona
Bonita e faceira
Protegida pelo boldo
Que cura ressaca de bebedeira
Vi muito pouco pelo tempo
Ouvi bastante
Todo momento
Todo instante
Me senti bem
Até tristeza por alguém
Que ouvi injuriado
Por causa do rio
Que ainda está assoreado
Ouvi que já teve muita vida
E que está no limite
Mesmo que alguns não acredite
Ele precisa ser recuperado
Pra devolver vida
E ser novamente pescado
Conceitos Antroposoficos
Trimembração do Ser Humano
A Antroposofia usa a trimembração para olhar o ser humano, distinguindo três qualidades: o Pensar, o Sentir e o Querer. Fisicamente, essas qualidades estão de certa forma sediadas na cabeça, tronco e membros, respectivamente.
Pensar: cabeça. Sistema neurossensorial. Formado por percepções, pensamentos, fatos, conceitos, argumentos e ideias. Somos seres que pensam, pensamos sobre as coisas que percebemos a fim de compreendê-las.
Sentir: tórax. Sistema rítmico. Este é o nível do sentimento feito de emoções, humores e experiências não verbais. Somos seres que sentem, experimentamos o mundo por meio das nossas emoções.
Querer: membros. Sistema metabólico locomotor. Este é o nível da vontade. A partir do querer é que as pessoas fazem as coisas acontecerem. Somos seres que querem, nossos desejos e necessidades nos motivam a agir.
Cada pessoa pode ser mais propensa ao pensar, ao sentir ou ao querer. O desafio é integrar estas três dimensões do ser humano e, como professores ajudar que os alunos também façam isso.
Fonte: Programa Germinar - ComViver